Fecho os olhos e num instante consigo ver traços perfeitos do teu sorriso
Suspiro e por horas tenho o cheiro exato da tua pele, do teu corpo.
É tão fácil se lembrar de quem se ama quando se tem a saudade necessária ali
No ponto, pronta pra ser lembrada, sentida, devorada.
O tempo passa tudo passa, mas no peito a memória é tão recente quando o momento vivido
E quando pesamos em ocupar a cabeça com outra coisa, ela mesma se ocupa com o mais
Conveniente pro coração, tua imagem.
O amor é assim, acompanhado de uma louca saudade, dos momentos, das conversas, dos conselhos e ate das brigas, os instantes que podemos fazer algo no mundo construímos algo nos nossos sonhos, no nosso mundo, aquele erguido com planos, esperanças, palpites, entonações e tudo que a receita pedir pra um final perfeito, a felicidade.
A saudade quando chega bate na porta, e pede pra entrar, ela senta e se aconchega nos buraquinhos pequenos que a pessoa amada deixou, e lá permanece comendo lembranças e momentos únicos que não voltarão, crescendo assim e enfim tomando conta do peito inteiro, depois da alma e por ultimo da memória.
Nos sentimos tão sozinhos que nada no mundo é maior do que nosso sentimento de falta, e todos os poderes se nos fossem dados não seria suficientes pra aniquilar nem o seu começo.
Ver a pessoa também não resolveria, se a saudade vivi mesmo é do que se passou, ela poderia até ajudar a respirar construindo novos cenários mas lembraria sempre por que esta ali, e por que dói tanto, então é saudade, delicada como sempre, sutil no sentimento e leve na presença, feroz na ausência e insubstituível na perda.
Denise Rodrigues